sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

DEPAREI-ME COM A FELICIDADE, OU COM DEUS

Sobre a experiência do grupo intermediário 2011










Temos de celebrar, comemorar com todas as letras! Por que não?






Há momentos na vida em que se pensa: “Há algo que ainda possa me surpreender? Acho que não. Não espero nada mais de surpreendente na vida”. E eis que ela nos surpreende novamente.


A psicanalista Maria Rita Kehl escreveu que todo movimento, todo esforço da vida existe pela busca de um prazer. Alcançado o prazer, o movimento cessa. Se há prazer em demasia, não haverá mobilidade, não haverá esforço. E em nossa sociedade do hedonismo conhecemos bem esse cenário da acomodação e do “movimento” do menor esforço. Estamos fartos do prazer fácil e gratuito. E tão cheios de prazer que nos alienamos. Contudo, e para nossa felicidade, há um outro tipo de prazer, digamos, mais elevado, que se relaciona diretamente com o sentido da vida. E veja bem, não me valho de palavras vazias. Esse prazer, digamos, o mais sutil, essa felicidade interior é resultado sempre do esforço e do trabalho por algo verdadeiro, genuíno. É um prazer, é uma felicidade inefável. Falo-lhes mergulhado nessa felicidade.


Acabo de realizar um trabalho. Esse trabalho não é muito considerado na praticidade do cotidiano, mas me encheu de estrondosa satisfação. É um trabalho que fez bem à sociedade? Bem, alimentou-lhes de algumas emoções, sugeriu-lhes alguns sentimentos, quiçá proporcionou-lhes alguma síntese poética, existencial ou cultural – peças que a arte oferece à psique de cada um, mas que não podemos calcular. Trata-se da peça teatral que apresentamos ontem na Escola de Atores INDAC. Espetáculo sem nenhuma pretensão pedagógica, sem mensagens diretas ou coisa assim – o seu eixo foi o prazer das histórias, o sabor da narrativa, o gosto levar a atenção do público até um ponto e dar-lhe um susto!


Nossa diretora disse que o objetivo do Teatro foi alcançado conosco: o trabalho do grupo, a união, dedicação e entrega do grupo.


Fato raro, mas que parece ser unanimidade entre os atores do grupo intermediário 2011: nunca vi um grupo como esse, nunca participei de um grupo como esse – que experiência!


Enumero suas qualidades: dedicação, entrega, respeito, humildade. Dedicação e seriedade que a Quilza e o Fernando transpiram; a doçura da Meire, a comicidade espetacular do André, a delicadeza de Anita, a afinação do Carlos, a entrega da Lorena, a humildade dos olhos do Otávio e do Pamplona, o academicismo preciso do Paulo, a graça de Stefani, o brilho do Rafa, a seriedade da Cíntia. “E digo mais”, a graciosidade, doçura, firmeza e talento da Maristela Chelala, nossa querida diretora.


Uma experiência, um prazer, uma felicidade que só encontramos através do esforço e da dedicação em um trabalho como esse.


No trabalho com esse grupo encontrei uma coisa tão boa que não posso deixar de falar: me deparei com a felicidade, ou com Deus. Intermediário 2011: experiência de felicidade que nunca esquecerei.