segunda-feira, 21 de março de 2011

Para conduzir a criança ao bem ; a liberdade e a autoridade.



“Para conduzirmos a criança ao bem, devemos repreendê-la o menos possível. A repreensão grava duplamente o mau ato na mente da criança e provoca nela o desejo de repetir o mesmo mal. Obviamente, esse desejo pode ser freado pelo temor da repreensão. Mas seria esta a solução desejável? Poderíamos ficar satisfeitos só porque a criança não pratica exteriormente o mal quando, na verdade, em sua mente está sendo travada uma batalha entre dois males, ou seja, entre o desejo de praticar o mal e o sentimento maléfico chamado temor? Embora, nesse caso, a criança não esteja praticando exteriormente o mal, está praticando interiormente um duplo mal. Será realmente um ato benéfico devastar o santuário da mente infantil e roubar-lhe a liberdade da alma por meio do temor? Quem tem o direito de fazer isso?


Como, então, orientar uma criança quando ela se opõe obstinadamente aos pais? Em primeiro lugar, caro leitor, não despreze a criança, encarando-a como uma criança incapaz de raciocinar e entender a lógica. Não pense que não há outro meio de corrigi-la a não ser através da violência e da reprimenda. No interior da criança habita a natureza divina. A natureza divina é dotada de razão de Deus, é a própria lógica. Explique paciente e detalhadamente o porquê das coisas à criança, persuadindo-a como se falasse com um adulto. Se houver lógica no que você fala, a criança certamente ouvirá com prazer.


O fato de explicar à criança a razão das coisas traz duplo benefício: por um lado, desenvolve em sua mente a capacidade de raciocínio e dedução e, por outro lado, estabelece no lar a paz eterna.


É preciso dar à criança a liberdade de se expressar de maneira própria, peculiar. Entretanto, é dever dos pais e educadores orientar o pensamento e a vitalidade da criança para a direção certa. Entre os desejos da criança estão misturadas “ervas daninhas” que, se não forem removidas, dificultarão o desenvolvimento das qualidades que poderão dar belas flores e bons frutos. Certamente a individualidade da criança deve ser respeitada, mas isso não significa que se deva permitir-lhe fazer indiscriminadamente o que quiser. É preciso distinguir bem o que deve ser desenvolvido e o que deve ser removido, e desenvolver somente as boas qualidades.


Os pais não devem pensar que perderão a autoridade perante seus filhos se não os diminarem à força.


Quem força a criança a fazer algo que sua cabecinha considera absurdo, parecer-lhe-á um selvagem bruto, seja ele pai ou educador. Quando se emprega o método coercivo na educação, a criança ao contrário do que se espera, perde o respeito


pelos superiores e em seu interior nasce sentimento de revolta e desprezo para com eles."




A Verdade da Vida vol 14
Masaharu Taniguchi

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